Angola está a dar os primeiros passos para tornar-se um produtor de energia nuclear, maneira encarada pelas autoridades para aumentar de forma decisiva a capacidade energética do país, mas declara rejeitar o desenvolvimento de armas nucleares.
Angola é membro da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) desde 1999 e a designada Lei da Energia Nuclear está agora em finalização e deverá em breve chegar ao Parlamento.
A nova lei, disse Ngandajina , “vai definir tudo sobre aquisição, transporte, uso e armazenamento que quisermos fazer de conhecimentos e equipamentos radioactivos aqui no país”. “O que se pretende aqui é o desenvolvimento científico ligado à energia nuclear. Formação de pessoal, desenvolvimento de projectos que ajudem o desenvolvimento económico e social do país”, afirmou.
No ano passado, Angola investiu cerca de 650 milhões de dólares em projectos destinados a assegurar o aumento de produção de energia eléctrica, apostando sobretudo no reforço da capacidade da rede e na construção e reforço da capacidade de barragens, para o que tem contado com importantes apoios da China e do Brasil.
Entre os principais projectos em curso, destacam-se as hidroeléctricas de Capanda, cuja terceira turbina, de quatro, entrou recentemente em funcionamento, e das Ganjelas, construída pela empresa chinesa Sino-hydro Corp, que deverá ser entregue durante o mês de Maio.
“Montou-se um laboratório para o ensino da cadeira de física nuclear; neste momento estão a fazer o doutoramento docentes e técnicos do laboratório de análise do Ministério [da Ciência e Tecnologia]. Tudo isso visa capacitar o país para este fim”, disse o ministro angolano.
Fonte: Embaixada de Angola em Italia em 07-Maio-2007, http://www.ambasciatangolana.com/pt/news.php?id_art=15
Relativamente ao contexto brasileiro:
Lobão diz que governo fará avaliação da segurança em usinas nucleares brasileiras. Diante do agravamento da crise nuclear no Japão, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, adotou um discurso mais cauteloso e disse [ontem] que o governo vai fazer uma avaliação da segurança nas usinas brasileiras.
No início da semana, Lobão disse que elas foram construídas com a melhor tecnologia existentes e que as falhas registradas nas usinas japonesas em função dos terremotos e tsunamis que devastaram parte do país não teriam chance de ocorrer no Brasil.
Fonte: O Globo
"No momento, vamos fazer uma avaliação, assim como os outros países também estão fazendo. O objetivo é testar a nossa segurança", disse Lobão, ao deixar o Ministério da Fazenda.
Segundo ele, esse processo não paralisará as obras para a construção da usina de Angra 3. Questionado sobre a continuidade do programa nuclear brasileiro e os planos de construção de quatro novas usinas, Lobão apenas disse que, no momento, os testes têm prioridade.
O ministro também afirmou que não haverá mudanças para os produtores de urânio no País. Segundo ele, o governo continuará garantindo a produção sem prejuízo para quem encontrar urânio.